HOMENAGEADOS

Lucila Nogueira

A poeta Lucila Nogueira perpassa, em toda sua obra, pelo interculturalismo, desejo e sensualidade. Nos escritos lucilianos, os mitos ibéricos remetem às suas raízes poéticas, sua origem luso-galega. Assim, em sua "tetralogia ibérica", iniciada em meados da década de 1990 e concluída nos anos 2000, (Ainadamar, Ilaiana, Amaya e Imilce). Em depoimento ao livro De Imilce a Medellín, a poesia de Lucila Nogueira (CERVINSKIS, 2008), Yaracilda Coymet com muita propriedade, afirmava: "Atravessando fronteiras culturais e desdobrando tapetes míticos nórdicos, essa Sherazade dos tempos modernos nos arrebata em seu vôo viking para muito além de mil e uma noites e léguas. Desacatando a nulidade e o déjà vu, açoitando o desespero e a calmaria ao mesmo tempo, causando encantamento ou surpresa ao passar, Lucila resplende no cenário intelectual e literário recifense com um ímpeto que só os seres transcendentais podem realizar". Extravagante, culta, versátil, autêntica e extremamente humana. Mulher e feiticeira; menina e fada, ela sabe conjugar o verbo amar em todos os tempos, modos e pessoas. Lucila encanta. Especialmente na obra Imilce (2003), vai desenvolver, com toda maestria, uma poesia forte, mítica, com profundas raízes identitárias. Incorporando sua herança ibérica e o tempero da cultura brasileira, vai enxertando, em sua obra, a miscigenação poética de elementos de culturas europeias, ciganas, celtas, cristãs e, evidentemente, brasileiras. (...). Em seus quase 40 anos de carreira poética, fica para nós a obrigação de reverenciar autoras autênticas como ela, com uma obra original, genuína, que não tem medo de cruzar as fronteiras de nosso país. Que incorpora a força da identidade ao desejo, traduzindo-os em versos de pura magia e revelação, verdadeira fruição literária que resvala num prazer estético. Lucila Nogueira, certamente, foi e é uma dessas autoras; carioca assumidamente nordestina, pernambucana, brasileira, mas com os seus pés no mundo inteiro.


Ângelo Monteiro

Ângelo Monteiro nasceu em Penedo, Alagoas, em 21 de junho de 1942. É poeta, ensaísta e filósofo. Mudou-se para Gravatá-PE ainda criança, radicando-se no Recife em 1971, onde estudou Filosofia, tornando-se professor de Estética e de Filosofia da Arte na Universidade Federal de Pernambuco, por meio de concurso público. Poeta representativo e significativo, com uma poética inquietante e enigmática, possui obra considerável tanto na poesia como no ensaio. Publicou, de poesia, os livros Proclamação do verde (1969), Didática da esfinge (1971), Armorial de um caçador de nuvens (1971), O inquisidor (1975), O ignorado (1980, poesia em prosa), O rapto das noites ou o sol como medida (1983), O exílio de Babel (1990), As armadilhas da luz (1992), Recitação da espera (1992), Poemas de Ângelo Monteiro (1995), Os olhos da vigília (2001); publicou os ensaios Tratado da lavação da burra ou Introdução à transcendência brasileira (1986), O conhecimento do poético em Jorge de Lima (2003), e Escolha e Sobrevivência (2008).


José Rodrigues de Paiva

José Rodrigues de Paiva nasceu em Coimbra, Portugal, em 30 de outubro de 1945 e encontra-se radicado no Recife desde abril de 1951. É bacharel em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco (1969) e doutor em Letras / Teoria Literária, pela Universidade Federal de Pernambuco (2006), havendo obtido este grau acadêmico com a defesa da tese intitulada Vergílio Ferreira: Para sempre, romance-síntese e última fronteira de um território ficcional (publicada em 2007) onde analisa todo o conjunto da obra romanesca vergiliana. Professor de Literatura Portuguesa do Departamento de Letras da referida Universidade, ali exerceu, também, as funções de presidente da Associação de Estudos Portugueses Jordão Emerenciano. Em 1983 fundou, no Gabinete Português de Leitura - do qual foi diretor cultural -, a revista Encontro, que dirigiu até 1987. Na Universidade Federal de Pernambuco, criou, em 1989, a revista Estudos Portugueses. Poeta, contista e ensaísta publicou cerca de duas dezenas de livros entre os quais as coletâneas de contos Três noites no sobrado (1969) e Como as nuvens que passam (2018), os livros de poemas O círculo do tempo (1972), Memórias do navegante (1976), Vozes da infância (1979), Os frutos do silêncio (1980), Eros no verão (1983), Cantigas de amigo e amor (1987), As águas do espelho (2008), O breve fulgor do tempo - Poesia reunida (2019); A crônica de Alecrim - uma commedia dell'arte (ficção - 2017) e os ensaios O espaço-limite no romance de Vergílio Ferreira (originalmente a sua dissertação de mestrado - 1984), As surpresas do mágico & outros ensaios (1985), Reflexos do signo (1988), Literatura e emigração (1990), Fulgurações do labirinto (2003), O lugar de Vergílio Ferreira na literatura portuguesa do século XX (2006), As palavras e os dias, Vergílio Ferreira (2006), Em nome da escrita. Estudos sobre Vergílio Ferreira (2011) e Geração 65: cinquenta anos - Literatura contemporânea em Pernambuco (2016). Como organizador e editor, publicou, em 1995, Estudos sobre Florbela Espanca; em 2007, com Ermelinda Ferreira, Em Pessoa (estudos sobre Fernando Pessoa) e, em 2010, Estudos sobre Miguel Torga. Da pesquisa que realizou para estabelecer o percurso da existência da Associação de Estudos Portugueses Jordão Emerenciano, nas suas diversas fases, e inventariar o elenco das atividades realizadas pela instituição, resultou o livro História da Associação de Estudos Portugueses Jordão Emerenciano - Memorial dos 60 anos (1954-2014) publicado em 2014. Sobretudo em função dos seus estudos sobre a obra de Vergílio Ferreira tem participado, em Portugal, de vários congressos dedicados ao escritor e publicado os seus trabalhos nas respectivas Atas. Possui colaboração dispersa em periódicos especializados - revistas e jornais culturais - editados no Brasil e no exterior, nos quais vem publicando artigos de crítica literária. Junto ao Departamento de Letras da Universidade Federal de Pernambuco conduziu projetos de extensão e de pesquisa voltados para o estudo de autores vernáculos, a exemplo do "Grupo de leitura de autores e obras das literaturas de língua portuguesa" e "Escritores portugueses do século XX". 

Linaldo Guedes

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Linaldo Guedes é jornalista, poeta e editor. Nascido em Cajazeiras (alto sertão da Paraíba), residiu durante 38 anos em João Pessoa, onde atuou nos principais órgãos de comunicação da Paraíba e foi editor do suplemento literário Correio das Artes por seis anos. Em 2017, voltou a morar em Cajazeiras, onde criou, em parceria com o poeta e jornalista Lenilson Oliveira, a Arribaçã Editora, já com mais de 20 títulos publicados. Graduado em Letras, é Mestre em Ciências da Religião, com pesquisa sobre as relações entre a poesia de Augusto dos Anjos e o Budismo.

Como poeta, lançou os livros "Os zumbis também escutam blues e outros poemas" (A União/Texto Arte Editora, 1998), "Intervalo Lírico" (Editora Dinâmica, 2005), "Metáforas para um duelo no Sertão" (Editora Patuá, 2012) e "Tara e outros Otimismos" (Editora Patuá, 2016).

Lançou, ainda, "Singular e Plural na poesia de Augusto dos Anjos" (Editora A União, 2000) e co-organizou os livros "Diálogos" (entrevistas com escritores brasileiros publicadas no Correio das Artes- Editora Aboio/A União, 2004) e as coletâneas de contos e poesia dos 50 anos do Correio das Artes (Editoras A União e Universitária/UFPB, 1999).

Lançou, em 2015, "Receitas de como se tornar um bom escritor", pela Chiado Editora, de Portugal.

Em 2018, lançou "O Nirvana do Eu: os diálogos entre a poesia de Augusto dos Anjos e a doutrina budista", "Padre Rolim em quadrinhos" e "Não temos wi-fi" (este em co-autoria).

Sua produção literária e fortuna crítica podem ser acessadas nos seguintes blogues:

https://conversandosobrelinaldoguedes.wordpress.com/

https://linaldoguedes.wordpress.com/

Linaldo é atualmente colunista no site Os Guedes.

Ségio de Castro Pinto

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Sérgio de Castro Pinto nasceu em João Pessoa, Paraíba, no ano de 1947. Estreou em 1967, com "Gestos lúcidos". Posteriormente, publicou, entre outros livros de poesia, "A Ilha na ostra", Domicílio em trânsito", "O Cerco da memória", "Zoo imaginário" e "A Flor do gol". Em 2017, por ocasião dos seus setenta anos de vida e quarenta de poesia, a Editora Escrituras, de São Paulo, publicou "Folha corrida", que reúne poemas selecionados de todos os seus livros, desde o de estreia até "A Flor do Gol". Os Paralelos insólitos", "Longe daqui, aqui mesmo - a poética de Mario Quintana", "A Casa e seus arredores", "O Leitor que eu sou" e "O Leitor que escreve" são os seus livros de ensaio. Entre os seus vários prêmios, destaque para o 1o Lugar do Concurso de Poesia Falada de Campos de Goytacazes, Rio de Janeiro, e o Prêmio Guilherme de Almeida, da União Brasileira de Escritores, conferido a "Zoo imaginário". É professor titular aposentado do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Universidade Federal da Paraíba. 

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